Sensorialidade é como o nosso cérebro recebe, integra e organiza informações para poder junto com uma tarefa ou atividade social saber utilizar estas sensações para cumprir adequadamente um papel social e uma tarefa. Ou seja, é a recepção de sensações de olfato, paladar, tato, audição, visão e propriocepção (capacidade de perceber e sentir por meio do tato e identificar o tipo, forma e textura do objeto, e também a capacidade de interpretar sensações do próprio corpo). Quando integramos todas estas sensações temos o processamento sensorial. Por exemplo, quando estamos andando e passa uma moto na rua, conseguimos identificar o tipo de veículo, velocidade e som, com tudo isso fizemos um processo de identificação e ligação entre várias sensações enquanto estávamos realizando uma outra tarefa.
O Transtorno de Processamento Sensorial, descreve as dificuldades que as crianças enfrentam por não serem capazes de interpretar de forma eficaz as mensagens sensoriais que recebem do seu corpo e do ambiente, geralmente presente em crianças com Transtorno de Espectro Autista (TEA), mas também com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou mesmo sem nenhum transtorno. Ou seja, a criança não consegue perceber e sentir estímulos do ambiente do jeito e intensidade que deveria, de acordo com o estímulo sensorial que está sentindo. As crianças com TEA costumam perceber de forma exagerada sensações que normalmente outras pessoas percebem de forma tranquila, e vice-versa.
Da mesma forma que existem pessoas que tem medo de determinadas coisas que julgamos que ela não precisaria ter medo, o autista se incomoda com olfatos, paladares, tato, determinadas audições, visões e percepção de si própria, algumas vezes, que ele não deveria ter, por isso a pessoa autista pode ter dificuldade de manter contato visual, não gostar de abraços, roupas apertadas ou com etiquetas, sapatos amarrados, entre outros, diferenciando de pessoa para pessoa, pois há pessoas autistas que não toleram sair de casa, pois o barulho do carro na rua é um som insuportável para ele, e não gostam de comidas cozidas pelo cheiro, entre outras características. Pode ter crianças com TEA que não suporta sentar em vaso sanitário com o assento gelado, pois sente o frio de forma extrema, ou que não consegue entrar em ambientes com determinadas cores. Assim como crianças que não conseguem segurar um lápis corretamente pois não o sente como deveria (propriocepção). Cada uma destas situações deve ser adequada de acordo com a família e com a criança.
O Distúrbio de Processamento Sensorial tem que ser tratada de forma multidisciplinar com neurologista (em questão de fobia, agressividade, coordenação motora), terapeuta ocupacional, psicólogos, fonoaudióloga, musicoterapeuta, e outros profissionais que trabalham com a pessoa com TEA. Há a terapia de processamento sensorial, atividades, recursos que permitem trabalhar o distúrbio e também medicações que diminuem essa percepção sensorial.
Existem muitas crianças autistas que não evoluem no tratamento, pois não é respeitada estas hipersensibilidades. Se a criança não tolera um paladar específico, é necessário evitar aquele determinado tipo de alimento, ou utilizar um outro modo de preparo, ou que não entra em um local por causa do cheiro, questões que podem passar despercebidas pelos seus tutores.
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1 comentário em “O que é Transtorno do processamento sensorial no TEA?”
O diagnostico e plano de intervenção no Transtorno do processamento sensorial deve ser orientado, única e exclusivamente pelo Terapeuta Ocupacional